Se os americanos reduzissem seu consumo de sal em apenas meia colher de chá por dia, haveria 92 mil mortes a menos, e 99 mil ataques cardíacos seriam evitados, assim como 66 mil derrames – um benefício tão grande quando a cessação do tabagismo –, segundo levantamento publicado este mês no New England Journal of Medicine.
Usando um modelo de computador com dados clínicos reais, pesquisadores descobriram que a redução de três gramas – o equivalente a meia colher de chá – na ingestão de sal de cada americano não seria o suficiente para que eles alcançassem a quantidade diária recomendada pelos especialistas, que é de 3,7 g para grupos de risco, e de 5,8 g para os outros – a média nos EUA é de 10,4 g para homens e 7,3 g para mulheres. Mas, ainda assim, traria benefícios consideráveis para a saúde cardíaca da população – comparáveis a reduções do tabagismo, da obesidade e nos níveis de colesterol.
De acordo com os especialistas, as pessoas comuns não precisam fazer muita coisa para que isso se torne realidade. Eles destacam que a forma mais eficaz de reduzir a ingestão de sal seria agir nos produtores de alimentos, pois, segundo o Departamento de Agricultura dos EUA, 77% do sal consumido no país é proveniente dos alimentos processados, com apenas 6% sendo colocado à mesa, e 5% durante o cozimento. Por isso, os especialistas defendem a adoção de leis restringindo o uso de sal nas indústrias alimentícias.